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Scot Consultoria

RS cria a sua "safrinha" para a soja


Segunda-feira, 14 de janeiro de 2013 - 08h38

Em busca de novas alternativas de renda dentro da safra de verão e estimulados pelas boas cotações do produto, os agricultores gaúchos decidiram seguir os passos do Centro-Oeste com o milho e começam a consolidar uma "safrinha" de soja no Rio Grande do Sul.


O plantio ocorre este mês em áreas até então ocupadas pelo milho e concentra-se no noroeste do estado, onde já alcança mais de 40 mil hectares. A colheita é feita sobretudo em maio e, segundo estimativas de cooperativas da região, a produtividade oscila entre 70% e 80% da verificada no ciclo regular, plantado entre outubro e novembro e colhido entre março e abril.


A área ainda é ínfima em comparação com os 4,4 milhões de hectares destinados à primeira safra do grão em 2012/13 no Rio Grande do Sul, mas já corresponde a 4% dos 1,06 milhão de hectares das lavouras de milho no período. "Estamos caminhando para uma segunda safra de soja", diz Alencar Rugeri, da EMATER/RS. Segundo ele, o movimento começou a se intensificar há cerca de cinco anos e tende a ganhar "corpo" graças ao desempenho "relativamente satisfatório" apresentado pela cultura.


Conforme Rugeri, a safrinha da soja está concentrada no noroeste porque o clima local, com temperaturas médias mais elevadas, permite o plantio do milho de variedade precoce em agosto, enquanto na maior parte do estado a semeadura ocorre em setembro. Com isso, essas lavouras são colhidas em janeiro e dão lugar à soja também de ciclo curto, que depois libera as áreas para as culturas de inverno. Segundo o agrônomo, a EMATER/RS iniciará uma pesquisa de campo para verificar as necessidades das lavouras e "validar" o conhecimento do agricultor.


A segunda safra de soja está fora do período previsto no zoneamento agroclimático, que termina no fim de dezembro no Rio Grande do Sul, e não pode ser beneficiada com financiamentos públicos ou seguro agrícola. Mas isso não desestimula o produtor, mais interessado no preço do produto e que nesta época começa a se capitalizar com a venda do milho. "Fazer duas culturas de verão potencializa a área e eleva o giro financeiro", diz João Carlos Loro, da cooperativa Cotrimaio, de Três de Maio.


Segundo ele, a safrinha de soja começou a ser plantada na região há quatro anos e já ocupa 10 mil dos 50 mil hectares de milho plantados nos 11 municípios de atuação da cooperativa. As maiores áreas estão em Horizontina e Doutor Maurício Cardoso e a expectativa do agrônomo é que em dois a três anos a segunda safra da oleaginosa pode alcançar 25 mil hectares. A produtividade chega em média a 40 sacas de 60 quilos por hectare, ante as 50 a 55 sacas por hectare da soja de ciclo normal, que ocupa 140 mil hectares na região.


Loro calcula que de 500 a 600 dos 3 mil associados da Cotrimaio que cultivam grãos já fazem a safrinha de soja. Em geral são produtores de médio porte, com propriedades acima de 50 hectares. "É uma ótima oportunidade". Nos últimos 12 meses o preço médio da soja pago aos agricultores no estado cresceu mais de 40%, para R$65,59 a saca, segundo a EMATER/RS.


Nos 14 municípios de atuação da Cotrirosa, de Santa Rosa, a segunda safra de soja já ocupa 30 mil hectares - o equivalente à metade da área destinada ao milho na região -, diz Jairton Dezordi. Segundo ele, o rendimento médio da safrinha chega a 40 sacas por hectare, ante as 50 sacas por hectare das lavouras do ciclo regular, que ocupam 160 mil hectares na região. "Se chove bem em janeiro, fevereiro e março, o potencial é razoavelmente bom", afirma Dezordi.


Dezordi explica que além da boa produtividade e dos preços interessantes da soja, os produtores estão aderindo à safrinha porque os custos e os tratos culturais são semelhantes aos do ciclo normal.


Fonte: Suinocultura Industrial. Pela Redação. 10 de janeiro de 2013.



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